Art Popular revisita a história do samba em “Os Bambas”

O grupo Art Popular apresentará entre os dias 20 e 22 de junho (quinta-feira, sexta e sábado) no palco do Itaú Cultural, a encenação Os Bambas para reviver a história do samba.

Idealizado pelo vocalista do grupo, Leandro Lehart, o espetáculo vai muito além de um show com cada músico representando um personagem da banda fictícia Os Bambas, durante a participação em um programa de auditório em 1968, onde o público é júri.

Nesta atração, apresentada pelo ator Helder Renovato, eles viajam no tempo e revivem canções que passam por diferentes estilos do gênero, compostas entre os anos de 1920 e 2000. A direção artística do espetáculo é de Alexandre Matias.

“A ideia surgiu de uma vontade de contar a história do samba de maneira engraçada, fazendo um elo entre várias décadas, misturando histórias verdadeiras com ficção”, diz Lehart, criador do enredo. “A intenção é trazer à tona um samba único, que não sobreviveu à ascensão do pagode, no final dos anos 1970, quando o Fundo de Quintal estabeleceu um novo parâmetro para o gênero musical. Para isso, eles lançam mão de instrumentos tradicionais como o surdo, agogô e cuíca, acompanhados de bateria, piano e contrabaixo acústico. É um jeito de tocar samba que foi a forma mais popular no Brasil durante mais de 10 anos e hoje se perdeu”, situa o vocalista.

Para compor a história, cada um dos músicos do Art Popular interpreta um personagem do grupo Os Bambas, que seria um rival do real e consagrado Originais do Samba. Lehart, interpreta Kid Cavaquinho, vindo de uma família de músicos e cuja maior vontade era ser como Jimi Hendrix.

Os outros integrantes incluem Espetinho do Surdo, encarnado por Marcelo Malli, primo de Kid. Ex-engraxate, ele aprendeu a batucar sambas e maxixes para atrair a clientela, tendo sido preso três vezes por desacato às autoridades.

Ainda na encenação, o ex-bicheiro Mario Batucada, papel de Evandro Soares, nasceu em Minas Gerais e fugiu para o Rio de Janeiro por ter um caso com a filha do delegado de sua cidade. Já Denilson Pimpolho, vive o baiano Maré Cheia, que se diz um dos inventores da roda de samba. O ex-barman gaúcho Elvis Gole, interpretado por Ricardo Lima, que teria sido apelidado por um ex-presidente da república, é fã de Nelson Gonçalves e Orlando Silva.

Finalizando o hall de personagens, o paulista Tomate do Pandeiro, representado por Tcharlinho, é um batuqueiro que vivia na roça e substituiu Bigode, o pandeirista original do grupo, por ele ter deixado Os Bambas para fazer uma turnê com os Originais do Samba pela Europa.

Nenhum dos integrantes do Art Popular jamais fez qualquer trabalho de interpretação na carreira, sendo esta apresentação, além da estreia do projeto, também a primeira vez que cada um deles representa no palco. “Nós provavelmente vamos esquecer alguma parte do texto ou dar risada, mas não vamos segurar nada, porque tudo isso faz parte”, conta Lehart. “Somos um grupo dos anos 1960, que vive o auge dessa década. Nessa brincadeira, vamos nos vestir, falar, e tocar samba como se fazia na época”, completa ele.

As 24 canções que compõem a apresentação foram selecionadas pelo critério afetivo, segundo o vocalista. Entre elas, músicas como Tristeza, de Haroldo Lobo e Niltinho, ou Chega de Saudade, de Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, se intercalam a Cada Macaco no Seu Galho, de Riachão, Cheia de Mania de Luiz Carlos, Moro Onde Não Mora Ninguém de Agepê e Canário e Tiro ao Álvaro de Adorinan Barbosa e Oswaldo Molle, além de sucessos de Tim Maia, Jorge Bem Jor, Gilberto Gil, Baden Powell e Ataulpho Alves.

“Contamos a história de 80 anos de samba, desde 1920, com Pelo Telefone, que foi o primeiro samba gravado, até mais ou menos os anos 2000. Passamos por todos os estilos de samba, desde o partido alto, samba de roda, sambalanço, bossa nova e pagode 1990”, conta Lehart, que é também cavaquinhista do grupo.

Art Popular – Os Bambas
Dias 20, 21 e 22 (quinta-feira, sexta-feira e sábado), às 20h
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: Livre
Local: Sala Itaú Cultural
224 lugares
Entrada gratuita
Distribuição de ingressos:
Público preferencial: uma hora antes do evento | com direito a um acompanhante
Público não preferencial: uma hora antes do evento | um ingresso por pessoa
Interpretação em Libras
Acesso para pessoas com deficiência física
Ar condicionado
Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108.
Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:
3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 12
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

Matéria produzida por Redação Music Journal

Deixe um comentário

Pirate Snake e Kesia revisitam “Good Times”, clássico R&B dos anos 1970

ZZ Top celebra 50 anos de carreira na coletânea “Goin´50”