CRISTÃ
Música cristã contemporânea é um gênero musical caracterizado pelo uso de ritmos pop e rock com letras de temática cristã, no tempo contemporâneo, atual.[1] Pode ser considerado um segmento da indústria musical, uma vez que utiliza métodos seculares de gravação, produção, distribuição e divulgação, embora cantores, produtores e distribuidores não vejam tais atividades como uma forma de entretenimento, mas como um ministério religioso.[2] Utiliza-se linguagem popular em comparação a linguagem refinada comum a hinos cristãos mais antigos. No Brasil, porém, o termo “música cristã contemporânea” é, erroneamente, sinonimizado com a música gospel, produzida pelos cristãos protestantes. Outras religiões cristãs, como a Católica, por exemplo, acabam comumente abestendo-se de utilizar este termo específico para suas produções, mesmo incluída em sua abrangência, preferindo apenas o termo Música Cristã, devido a apropriação dos protestantes para redenominação para música gospel protestante.[3]
Nesse segmento, destacam-se Fernandinho, Diante do Trono, Aline Barros, Arianne, Hillsong United, Jars of Clay, MercyMe, Michael W. Smith, Petra, Demon Hunter, Rebecca St. James, Jeremy Camp, Sandi Patty, Kari Jobe, Steven Curtis Chapman, Stryper, entre outros. Já no mundo hispânico, destacam-se, entre outros, Marcos Witt, Marcos Vidal, Jesús Adrián Romero e Jaci Velasquez.
Origem
Suas origens estão diretamente ligadas ao Jesus Movement, um movimento cristão originado na Costa Oeste dos Estados Unidos no final dos anos 60 em resposta ao movimento hippie, tendo como objetivo espalhar o Evangelho à juventude de sua época, através de elementos conhecidos do público-alvo.[4]
Músicos recém-convertidos ao protestantismo, bem como tantos outros músicos cristão que aderiram ao Jesus Movement, passaram a introduzir letras com temas cristãos em gêneros musicais popularizados pela contracultura dos anos 60, como o folk, o rock e o soul. Assim, cantores e compositores como Larry Norman, Barry McGuire, Phil Keaggy, Andrae Crouch e muitos outros foram os pioneiros do Jesus Music, o precursor da música cristã contemporânea.[5]
Durante grande parte da década de 1970, esta nova forma de música religiosa foi desprezada da mídia secular, bem como pela própria igreja, onde os defensores da formas tradicionais de louvor e adoração cristã faziam forte oposição, sendo considerada uma forma inferior de louvor, e até mesmo intitulada música do diabo.[6]
missionários protestantes estrangeiros, principalmente batistas e presbiterianos americanos, igrejas protestantes adotaram muitos hinos de origem estrangeira, alguns com a influência americana do “gospel”. Hinários inteiros foram traduzidos e editados, como o “Salmos e Hinos”, “Harpa Cristã” e “Cantor Cristão”. A partir do final da década de 1960, grupos nacionais como Vencedores por Cristo, Grupo Rebanhão, Grupo Logos, Grupo Elo e Grupo Life (de Asaph Borba) entre outros, começaram treinamentos de formação de músicos e viagens para divulgação, começando então a influenciar o estilo de músicas de todas as igrejas protestantes do Brasil.
Este estilo musical se populariza comercialmente no final da década de 1980, quando entram em evidência cantores e grupos como Voz da Verdade, Shirley Carvalhaes, Koinonya, Adhemar de Campos, Vencedores por Cristo, entre outros. Desde então esse mercado só vem crescendo. Hoje o Brasil conta com mais de 100 gravadoras voltadas para este estilo. Dentre elas, destacam-se as gravadoras Novo Tempo, Line Records, MK Music e Sony Music Brasil que juntas, são responsáveis por uma grande cota no comércio fonográfico gospel do Brasil.
No mercado comercial
No Brasil, o termo Gospel passou a remeter genericamente a toda expressão musical da fé evangélica — não só especificamente ao tradicional gênero estadunidense do mesmo nome —, saindo fora do gênero tradicional conhecido como Música gospel.
O termo gospel ressurgiu no Brasil no mercado comercial nos anos 1980 pela gravadora Gospel Records. Estevam Hernandes Filho é o patenteador desta marca em território nacional com todos os direitos sobre a marca da gravadora Gospel — mas não implicando que seja dono do estilo tradicional estadunidense de mesmo nome.
Em se tratando de Música gospel, desde as décadas de 80 e 90 tiveram grande importância nos Estados Unidos corais e solistas, com destaque para Kirk Franklin e Fred Hammond. No Brasil os corais começaram a surgir nessa época, como o Raiz Coral, além de cantores solo e bandas como Ton Carfi, Daniel Ribeiro (Panthro), Jamily, Leonardo Gonçalves e muitos outros.