Dono de uma virtuosidade notável em seu reconhecido trabalho instrumental, o músico Léo Amuedo concedeu uma entrevista exclusiva ao The Music Journal Brazil para falar sobre sua trajetória artística e de seu trabalho atual com o trompetista Chris Botti com quem atualmente divide o palco em uma turnê na América do Norte.
Amuedo também falou sobre sua parceria com Ivan Lins e de sua admiração pelo cantor brasileiro, o qual ele afirma: “tem sido uma grande influência musical para mim”. Confira:
Marcelo de Assis: Léo, como tem sido as suas apresentações com o trompetista Chris Botti e como funciona esta conexão entre a musicalidade de vocês?
Léo Amuedo: Tem sido muito boas mesmo…estão sendo pois não paramos por mais de 3 ou 4 dias… tocamos em muitos shows! Eu e o Chris nos conectamos muito bem musicalmente. Temos gostos muito parecidos na musica e isso facilita muito quando tocamos juntos.
Marcelo de Assis: Vocês gravaram o álbum Impressions que rendeu um Grammy em 2012. Como foi aquele momento?
Léo Amuedo: Foi nessa gravação quando conheci ele. Fui a Los Angeles para gravar em uma ou duas musicas e acabei gravando no álbum todo. Fiquei muito feliz por ele ter ganhado o Grammy, o primeiro dele.
“Comecei a tocar guitarra muito cedo por causa do meu irmão. Foi ele quem me ensinou os primeiros acordes no violão. A musica falou mais forte e aí nunca mais parei”
Marcelo de Assis: E como nasceu essa paixão pela música e em que momento você sentiu que ela seria seu ofício?
Léo Amuedo: Comecei a tocar guitarra muito cedo por causa do meu irmão. Ele é 15 anos mais velho e já tocava quando eu nasci. Foi ele quem me ensinou os primeiros acordes no violão. Estudei arquitetura mas não acabei os estudos. A musica falou mais forte e quando eu tinha 17 anos comecei a trabalhar profissionalmente. Aí nunca mais parei …
Marcelo de Assis: Quais artistas são as suas referências musicais diretas?
Léo Amuedo: Tem vários, mas vou mencionar alguns: Hugo Fattoruso, Herbie Hancock, Toninho Horta, Wes Montgomery, George Benson, Paco de Lucia, John Scofield e por ai vai… É claro, o Ivan Lins com quem toco há muitos anos e tem sido uma grande influencia musical para mim.
Foto: Tomas Kolisch Jr.
Marcelo de Assis: Em 2016 você lançou o álbum Guitar Stories por onde você transita por diversas sonoridades, o que conduz certamente o ouvinte a várias ambientações musicais. Qual foi a inspiração para a concepção deste álbum?
Léo Amuedo: Eu tinha no meu computador ao longo dos anos, várias demos e musicas não acabadas e quando conheci o Bobby Colomby (produtor do CD e também do Chris Botti) eu mostrei a ele e aí ele gostou muito das minhas musicas e decidiu produzir o CD. Eu gosto de muitos estilos musicais e na hora de compor vem tudo junto… Não me preocupo muito com a direção do álbum e, sim, gravar o que sinto na hora. Por isso existem vários estilos alí!
Marcelo de Assis: Léo, você já trabalhou com outros grandes nomes da música brasileira e internacional como Ivan Lins, João Bosco, Caetano Veloso, Alejandro Sanz, Laura Fygi e, inclusive, com o saudoso Oscar Castro Neves. Com tantos artistas de diversos gêneros musicais, como você analisa o quanto isso agregou em sua carreira?
Léo Amuedo: Tudo agrega na minha caminhada e, com certeza, trabalhar com todos esse músicos e artistas tem sido muito importante para mim, sobretudo com o Ivan Lins, é claro, pois toco com ele ate hoje.
Marcelo de Assis: Como você analisa a música instrumental nos dias atuais?
Léo Amuedo: Olha, sinceramente não analiso! O mercado musical está estranho de uma forma geral, mas eu realmente não saberia o que te dizer ao respeito. O CD já está acabando… tudo digital… Os músicos e compositores ganhando absolutamente nada pelos downloads … Enfim, acho que estamos vivendo um momento meio estranho. Grandes mudanças …
“Estamos vivendo um momento meio estranho na música. Grandes mudanças!”
Marcelo de Assis: Aliás, você que é residente em Los Angeles, poderia nos contar como essa mesma música instrumental é absorvida nos EUA?
Léo Amuedo: Aqui nos EUA existe mais espaço para a música instrumental. A tradição é forte por causa do jazz – isso é uma vantagem – as pessoas estão mais acostumadas a assistir musica sem cantor ou sem letra. Tem muitas rádios também que executam música instrumental. Enfim, é um pouco mais fácil do que em nossos país.
Marcelo de Assis: Leo Amuedo por Leo Amuedo …
Léo Amuedo: Sempre estudando, nunca satisfeito por completo! Sempre procurando e sempre aprendendo, de tudo e de todos!
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